A partir do Projeto Redes Eco Forte, o Instituto Frei Beda de Desenvolvimento Social – IFBDS, em parceria com a Fundação Banco do Brasil, estão executando experiências de conivência com o semiárido e fortalecimento da agroecologia no Alto Sertão.
Esta semana, além da equipe do
IFBDS, também acompanhou a equipe da CAAASP o já reconhecido Agrônomo,
Professor João Caatinga, que atualmente está no Instituto do Semiárido - INSA e que conduziu a Oficina Prática
de Manejo da Vegetação Caatinga no lote do Senhor Geraldo e da senhora Maria no
P.A. Angélica II.
Segundo o Professor, o ideal é
que essas atividades sejam desenvolvidas de forma consorciada com a floresta e
demais formas de vegetação, garantindo uma maior produtividade do solo, sem
degradação e exaurimento do mesmo. Como acontece com o desmatamento seguido do
uso do fogo, prática conhecida como “broca”.
Neste sentido, a exploração
ordenada e sustentável da terra pode ser assegurada mediante a implementação de
Planos de Manejo Florestal ou Sistemas Agroflorestais, que tornam a prática
agrícola mais viável economicamente para o produtor e menos degradadora para o
meio ambiente.
O curso é mais amplo, tendo
também a experiência de Barragem Base Zero – BBZ, a tecnologia consiste na
construção de barramentos horizontais (em forma de “arco-romano”, construídos
em pedras soltas e mantendo sua curvatura contra a vasão das águas, em períodos
de chuva). São locadas a partir de uma sequência de níveis topográficos ao
longo de rio ou riacho, sendo capaz de reduzir o impacto gerado pela velocidade
do escoamento e possibilitando a retenção de grande parte de material que desce
das vertentes nas enxurradas, como cascalhos, material orgânico, silte, entre
outros.
A parte mais elevada ou
“coroamento” do barramento deve ficar bem abaixo do nível das laterais do curso
d’água. Isto para que a água, ultrapassando a altura do barramento, não seja
forçada a escavar as laterais e desmoronar o próprio barramento que é a parede
de pedras e que poderá ter dois metros ou mais.
A oficina contou com a participação
dos assentados dos P.A.s Angélicas, Angélicas II, Acauã, Juazeiro, Jatobá,
Floresta, Santa Cecília, Santo Antônio, Frei Damião e dos estudantes do IFPB
campus Sousa, além dos parceiros NAESP, CPT Sertão-PB, INSA, EMATER
regional de Cajazeiras, CAAASP e os NEDETs Vale do Piranhas e Alto Sertão.
Projeto
Base Zero
O Projeto Base Zero procura
tirar partido das condições geográficas dos cerca de 40 mil micros bacias
hidrográficas existentes naquela parte do Nordeste, objetivando a exploração da
atividade pecuária, a conservação da água de chuva e a utilização integral da
caatinga para alimentação dos rebanhos durante todo o ano. A construção de
barramentos sucessivos em forma de arco romano deitado complementa o sistema,
ao formar terraços compostos de solos ricos em minerais e materiais orgânicos
A maximização na utilização de
água é obtida através da construção de vários barramentos em série. Esses
barramentos têm a função de reduzir consideravelmente, durante a estação das
chuvas, a velocidade de escoamento das torrentes de água, contendo a erosão
laminar e ciliar, formando, como antes mencionado, áreas com solos
agricultáveis e armazenando água no subsolo. Os barramentos atuam também como
dessalinizadores, pois a lixiviação do solo reduz a quantidade de sal na água
Esta tecnologia, se bem adotada,
além de controlar o assoreamento, poderá servir para acumular água na
superfície e no subsolo durante períodos variáveis, para uso de culturas,
animais e população, além de manter mais elevado o lençol freático, alimentando
por mais tempo poços, cacimbões, cacimbas e bebedouros na área.
Plano
de Manejo Florestal Sustentável
No Plano de Manejo Florestal
Sustentável, por sua vez, a exploração da área acontece de forma gradativa e
racional por meio de talhões, sendo permitida a regeneração natural da
vegetação e assegurada uma fonte de renda permanente para o produtor. No manejo
florestal, podem ser observados os 04 princípios da sustentabilidade:
socialmente justo, ecologicamente correto, economicamente viável e
culturalmente aceito.
Os Planos de Manejo podem ser
desenvolvidos de diferentes formas, a depender do uso que se queira fazer da
área: Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS); Plano de Manejo
Agroflorestal Sustentável (PMAFS); Plano de Manejo Silvipastoril Sustentável
(PMSPS) e Plano de Manejo Integrado Agrosilvipastoril Sustentável (PMIASPS).
Por fim, é de se ressaltar que
tais práticas garantem uma maior captação e infiltração da água no solo,
desfavorecendo o processo de desertificação que assola o nosso semiárido. Mais
que isso, permitem o livre desenvolvimento da vida na caatinga, que é
naturalmente adaptada para as peculiaridades das suas condições físicas e
climáticas e possui alto potencial produtivo, se for bem manejada.
Terra
Forte
Lançado pelo Governo
Federal em 2013, os investimentos sociais são destinados ao incentivo à agro
industrialização em assentamentos da reforma agrária, contemplando a
diversificação da produção, a infraestrutura, a capacitação profissional, a
assistência técnica e a comercialização. O objetivo do programa é que esses empreendimentos
possam se tornar unidades econômicas, agregando valor aos produtos com práticas
agroecológicas e possibilitando condições competitivas para entrar em mercados
de comercialização.
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