A Central das Associações dos Assentamentos do Alto Sertão Paraibano - CAAASP se fez presente no Ato Público organizado pela Articulação do Semiárido - ASA e que aconteceu na manhã desta terça-feira (17) em Petrolina, PE. O Ato contou com a participação de 20 mil agricultores e agricultoras, indígenas, quilombolas e militantes de movimentos sociais de 10 estados, em defesa do Semiárido nordestino e do Rio São Francisco.
Caravana dos Assentamentos do Alto SErtão Paraibano |
O
número de tecnologias de captação de água de chuva implementadas em 2015 é o
menor 12 anos. A paralisação dessas políticas ameaçam os direitos dos povos do
Semiárido, entre eles o direito à segurança alimentar. Em alguns lugares da
região semiárida, 2015 já é o quinto ano de seca, a diminuição do
ritmo de implantação das políticas de convivência com o Semiárido imposto pelo
ajuste fiscal pode ter um grande impacto nessa realidade.
A
concentração foi na Concha Acústica, no Centro de Petrolina, Sertão
pernambucano de onde saíram em caminhada passando pela Ponte Presidente Dutra com
destino a Orla de Juazeiro, BA onde um palco já esperava para a continuidade do
ato que se estendeu até às 13h.
Durante
o evento, os participantes puderam se apresentar, alguns cantaram aboios e
emboladas e declamaram poesias. “Para a gente, o Semiárido Vivo é esse. Com o
povo podendo se expressar, mostrar sua arte, sua alegria. O povo da região não
é só tristeza. Também foram convidados artistas da região, como o grupo de rap
baiano, P1 Rappers, e o cantor e compositor pernambucano, Flávio Leandro.
O
agricultor familiar, Francivaldo Lopes, veio de Poço Dantas-PB, no PA Bom Jesus para
participar do evento. “Foram mais de 10 horas de viagem, mas viemos para lutar pelos
direitos do agricultor que mora no Sertão. Estamos muito preocupados com a falta
de água, tanto pra o consumo humano, como para os animais e o cultivo. Nós precisamos da água para continuar
sobrevivendo”, afirmou.
Além
da retomada e intensificação das ações de convivência com o Semiárido, a
mobilização também exigiu a imediata revitalização do Rio São Francisco, o
assentamento imediato de todas as famílias acampadas na região, a suspensão da
PEC 215 – que transfere do executivo para o Legislativo a demarcação de terras
indígenas -, cortes nos programas sociais como Bolsa Família e Bolsa Estiagem.
Essas pautas já haviam sido apresentadas a sociedade no documento Semiárido
Vivo, lançado na última Conferência Nacional de Segurança Alimentar que
aconteceu 3 a 6 de novembro em Brasília.
Os
participantes do ato público demonstraram inúmeros gestos de solidariedade ao
povo mineiro atingido pelo rompimento das barragens de Santarém e Fundão, no
município de Mariana, em Minas Gerais. O acidente, ocorrido no dia 5 de
novembro, já comprometeu o abastecimento de água em 17 municípios, atingindo
cerca de 800 mil pessoas, em decorrência da ação da mineradora Samarco
controlada pelas multinacionais Vale e BHP Biliton. Acidentes e impactos da
mineração acontecem de forma recorrente e quase não há responsabilização.
Nenhum comentário:
Postar um comentário